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Avenida Presidente Vargas

Avenida Presidente Vargas

Candelária e Praça Pio XI - 1965

Candelária e Praça Pio XI - 1965

Avenida Presidente Vargas - Anos 80

Avenida Presidente Vargas - Anos 80

foto-antiga-do-rio-de-janeiro_0

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Copacabana

Copacabana

Alfandega - Atual Casa França Brasil

Alfandega - Atual Casa França Brasil

Avenida Presidente Vargas - 1971

Avenida Presidente Vargas - 1971

HISTÓRICO E FORMA URBANA

O Rio de Janeiro tem sua fundação por volta do ano de 1556, já nascendo com o título de cidade, sendo seu núcleo urbano inicial construído entre os Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar. A forma urbana da cidade se dá a partir um vetor de crescimento que segue a linha da baía – em direção ao Oceano Atlântico segue a classe mais privilegiada e em direção ao interior da baía, a classe menos privilegiada – em função da barreira da sua topografia acidentada. Quando esta se domina, o interior se soma ao espaço urbano da cidade, mesclando natureza e urbanidade de forma singular.

 

O Centro da cidade desenvolve suas funções principais no mesmo espaço desde sua fundação até meados do século XX. Este centro cresce, incorporando novos espaços – seja através de aterros da baía, desmonte dos morros ou por crescimento vertical – e continua como espaços privilegiados dentro da cidade. Com o crescimento da cidade, o Rio de Janeiro acaba por preservar seu centro como principal espaço empresarial, de negócios e administrativo, além de cultural e histórico

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Fonte: Google Maps.

A rua da praia segue reta à beira do mar, até o Morro de São Bento, onde se instala o mosteiro dos beneditinos. Dois morros, o da Conceição e o de Santo Antônio, formam os outros vértices que fecham o quadrilátero por onde se espalha a população. Se o traçado das ruas do Castelo é irregular, como nas cidades medievais portuguesas, embaixo, na planície, propõe-se uma demarcação, um alinhamento, uma regularidade que reflete as ideias do renascimento. 

As ruas desenham-se paralelas e perpendiculares ao mar, produzindo uma quadrícula irregular que se compõe de lotes estreitos na frente e compridos na profundidade. Nesses lotes são edificados sobrados e casas térreas, lado a lado, formando quarteirões não muito grandes. Nos sobrados, comércio e residência confundem-se numa mesma edificação.As ruas desenham-se paralelas e perpendiculares ao mar, produzindo uma quadrícula irregular que se compõe de lotes estreitos na frente e compridos na profundidade. Nesses lotes são edificados sobrados e casas térreas, lado a lado, formando quarteirões não muito grandes. Nos sobrados, comércio e residência confundem-se numa mesma edificação.

Em 1808, com a instalação da Corte Portuguesa no Brasil, o Rio de Janeiro transforma-se na sede da nova estrutura política brasileira. A cidade não tem estrutura para receber as 20 mil pessoas, aproximadamente, que acompanham a Corte aos trópicos, que correspondia a quase um terço da sua população. Casas particulares, luxuosas e confortáveis residências, são requisitadas para acomodar a família real e a corte, que se instalam no Convento do Carmo, na Casa de Câmara e Cadeia e nas melhores edificações perto do Paço.

 

No final da primeira metade do século XIX, a área urbana muda. O poder público abre e conserva caminhos para os arrabaldes, na mesma direção para onde se desloca a classe média – funcionários públicos, alguns profissionais liberais e uma minoria de comerciantes portugueses e brasileiros – e a alta, enquanto a população de baixa renda se amontoa no Centro, perto do trabalho. Depois de 1850, ocorre um novo e importante período de expansão, não só pela anexação de novas áreas à capital como também pelo crescimento da população nas periferias e o desenvolvimento de novos meios de transporte.

 

A ocupação do litoral que margeia o Oceano Atlântico é feita com dificuldades, já que as rochas e as montanhas se interpõem no caminho. São abertos túneis, vencendo barreiras, conquistando planícies e praias, onde as ruas se multiplicam. Também se contorna os sopés do interior do maciço costeiro no sentido norte, o que impulsiona o crescimento dos subúrbios.

 

São agregados novos pedaços de terra para a população, não só pelo aterro de lagoas e alagadiços, mas também pela conquista da baía através de aterros sucessivos. No Centro, os contínuos aterros refazem o alinhamento da costa, o que permite a construção de um novo cais e de um mercado. O desmonte de morros no Centro contribui, com suas terras, para facilitar os aterros que abrem espaços para novas divisões em lotes e novas ruas. O processo de conquista de novas áreas para o espaço urbano não se orienta por um plano preconcebido. O traçado viário é o resultado da adaptação do urbano ao lugar.

 

Enquanto isso, o Centro mantém suas antigas funções e sua imagem colonial. Em 1874, o Imperador D. Pedro II designa uma comissão para elaborar um plano urbanístico para a capital do Império. É o seu primeiro plano, que coincide com os anos prósperos quando o cultivo do café chega ao seu apogeu, e o Rio impõe-se como o grande centro comercial do país, apesar de ser também um dos mais insalubres e epidêmicos. A comissão, composta por três engenheiros – Jerônimo Moraes Jardim, Marcelino Ramos da Silva e Francisco Pereira Passos – propõe um plano de reformas, cujos pontos principais são a abertura de ruas e avenidas com até 40m de largura e novas praças. O projeto não se implanta nesse momento.

 

Na primeira década da República, proclamada em 1889, são produzidas grandes transformações na cidade, no âmbito socioeconômico, político e cultural. Em 1902, Rodrigues Alves assume a Presidência da República (1902-1906), com o projeto de modernizar o Brasil e sua capital, transformando seu aspecto colonial. Suas prioridades são o saneamento da cidade e a modernização do porto, o que facilita o comércio do café e a imigração da mão-de-obra necessária ao desenvolvimento econômico. É necessário criar um novo espaço urbano, com a finalidade de facilitar a circulação de pessoas e de mercadorias, através dos controles urbanísticos, que têm seu fim na reestruturação do porto, na abertura de avenidas e alargamento de ruas, além de criar uma nova capital que represente o país, com valores e modos de vida cosmopolitas e modernos. Por trás de todas essas necessidades, encontra-se a negação de sua herança colonial, de seu passado escravista, de sua negritude.

 

Após as reformas, o novo centro do Rio já não abriga residências, a não ser em suas áreas periféricas, mas mantém todas as funções de centro e de capital do país. A grande valorização do solo, no Centro, faz pressão para que se amplie a sua área. E na década de 1920 o Rio, uma vez mais, volta a ser o centro das atenções. Seu espaço urbano sofre drásticas cirurgias como, por exemplo, a conclusão do desmonte do Morro do Castelo, que abre a possibilidade da criação de novos espaços: uma esplanada e a utilização da terra para o aterro de parte da baía.

 

É ainda nessa época que renomados arquitetos e urbanistas convidados, como Alfredo Agache e Le Corbusier, propagam soluções para a cidade. Chega o momento de construir uma cidade moderna, sem os elementos tradicionais do passado, tirando de uma área valorizada as prostitutas, lavadeiras e vagabundos que moram no morro.

Grande parte da nova área se utiliza para os pavilhões da Exposição Universal de 1922, comemorativa do centenário da independência do Brasil e, mais tarde, é ocupada pela Feira de Mostras, que fica até 1930, quando finalmente urbaniza-se a Esplanada do Castelo, com largas avenidas e edificações monumentais, embora o projeto de Alfred Agache não tenha sido considerado.

 

Na década de 1940, a abertura de uma nova avenida, no Centro, destrói alguns vestígios mais do Rio colonial. A Avenida Presidente Vargas, inaugurada em 1950, reflete um novo modelo urbano e se ocupa com edifícios altos, agora muito mais vinculados à Escola de Chicago do que a Paris. A partir dessa época, as edificações ecléticas do centro do Rio passam a ser substituídas pelas representações do Movimento Moderno e do Estilo Internacional, convertendo a avenida Rio Branco num desfiladeiro de altas torres de aço e vidro.

 

Atualmente, o Centro se mantém como principal centro financeiro do Estado e o segundo financeiro do País. Em sua área podemos encontrar uma grande concentração de centros culturais, museus, bibliotecas e salas de teatro e cinema. É a área da cidade onde se encontram os melhores equipamentos culturais, mas também possui um amplo e diversificado comércio além de serviços públicos e privados, universidades, sedes de empresas estatais, órgãos públicos e da sociedade civil. Entre outros equipamentos se encontram um aeroporto, hotéis, restaurantes, botequins e bares.

Referência

 

PINHEIRO, Eloísa Petti, Dois Centros, Duas Políticas, Dois Resultados. Disponível em: < http://www.ub.edu/geocrit/-xcol/392.htm>.

Acessado em: 20/10/2015.

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