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Arquitetura Moderna

"As velhas formas e os velhos sistemas já fizeram sua época. É mister que o artista crie alguma coisa de novo e que consiga maior fusão entre o que é estrutura e o que é decoração; para conseguir isto o artista deve ser também técnico; Para conseguir isto o artista deve ser também técnico; ma só mente inventiva e não mais o trabalho combinado do artista que projeta e do técnico que executa." (Rino Levi)



O QUE É ARQUITETURA MODERNA?


Arquitetura Moderna é um conjunto de movimentos e escolas arquitetônicas que caracterizaram as produções durante principalmente entre as décadas de 20 a 70 do século XX. Suas características podem ser encontradas em origens diversas como a Bauhaus, na Alemanha; em Le Corbusier, na França, e em Frank Lloyd Wright nos EUA. Um dos princípios básicos do modernismo era renovar a arquitetura de modo a rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento.


A arquitetura moderna no Brasil acontece em uma época de contradições e ambigüidades políticas, foi o período de Vargas a Kubistchek. O governo de Getúlio Vargas desejava deixar sua marca nas formas da capital federal e decide então construir palácios para abrigar os ministérios e órgãos públicos.


A crise econômica européia relacionada a II Guerra Mundial dificultou a atuação de arquitetos modernos como Le Corbusier, Donat Agache e Marcello Piacentini. Esses arquitetos vieram até o Brasil e estabeleceram relações com o Estado. Nesse cenário nasceu o primeiro aranha-céu modernista do planeta: O Ministério da Educação, que teve uma equipe de arquitetos responsáveis, porém seu ideólogo principal foi o arquiteto modernista brasileiro Lucio Costa e a consultoria de Le Corbusier.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Segundo Le Corbusier poderia se destacam 5 principios básicos da arquitetura modera. São eles: 1) Pilotis; 2) Terraço Jardim; 3) Planta livre; 4) Janela em fita; e 5) Fachada livre. Alguns desses 5 pontos são claramente notados nos edificíos e outros não.





EDIFÍCIOS MODERNISTAS NO CENTRO HISTÓRICO DO

RIO DE JANEIRO

Edifício "A Noite"


Localização: Praça Mauá, 7 - 204 A - Centro, Rio de Janeiro - RJ.


Data do projeto e/ou construção: Construção 1927 - 1930.


Autor: Arquiteto Joseph Gire e Engenheiro Emílio Henrique Baumgart.


Tipologia Arquitetônica (T.A.): Arquitetura Moderna.


Relevância: Durante a obra foi utilizada a nova tecnologia do concreto armado, dando grande impulso à engenharia praticada no Brasil daquele período. Até os anos 1930, foi considerado o prédio mais alto da América Latina, até ser ultrapassado pelo Martinelli, que fica em São Paulo e foi inaugurado em 1934.


A histórica fachada do A Noite e as áreas internas revelam as influências do estilo art decó. Entretanto, após algumas reformas internas, o interior do prédio foi um pouco descaracterizado. Inicialmente, o edifício foi sede do jornal “A Noite”, uma das características mais marcantes do edifício era o que se podia ver de seu terraço ou de andares mais altos. O prédio servia de mirante, pois oferecia uma vista privilegiada da cidade quase toda e da Baía da Guanabara.


Banco do Estado de Guanabara

Localização: Rua Nilo Peçanha, 175 - Centro, Rio de Janeiro - RJ.

Data do projeto e/ou construção: 1963 - 1965.

Autor: Henrique Mindlin Associados S/A e Giancarlo Palanti & Arquitetos Associados.

Tipologia Arquitetônica (T.A.): Arquitetura Moderna.

Relevância: Construído para ser sede do Banco do Estado da Guanabara (BEG), passou a ser Banerj a partir de 1975, com a fusão da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro. O banco foi liquidado em 2007 e o edifício hoje abriga secretarias do Governo do Estado. O edifício, contemporâneo do vizinho Avenida Central, apresenta uma poética completamente diferente, com grandes maciços verticais e vigas horizontais de concreto aparente, também uma tendência da época, inspirada no brutalismo corbusiano.





Edifício Marquês de Herval

Localização: Avenida Rio Branco, 185 - Centro, Rio de Janeiro - RJ.


Data do projeto e/ou construção: 1953.


Autor: MMM Roberto.


Tipologia Arquitetônica (T.A.): Arquitetura Moderna.


Relevância: Um dos mais originais edifícios comerciais. A poética deste edifício está no movimento das fachadas. O efeito gerado pela súbita mudança de direção na parede frontal e as inclinações verticais qe provocam um efeito de instabilidade. O edifício hoje está completamente descaracterizado, tendo perdido, a partir de 1965, os seus brises móveis, que o tornavam único, e em seu lugar ostentam terríveis aparelhos de ar condicionado.


Edifício Sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)


Localização: Rua Araújo Porto Alegre, 71 - Centro, Rio de Janeiro - RJ.


Data do projeto e/ou construção: 1936 - 1939.


Autor: Arquitetos Marcelo e Milton Roberto.


Tipologia Arquitetônica (T.A.): Arquitetura Moderna.


Relevância: O prédio da ABI é referencial para a arquitetura moderna brasileira, que já na década de 30 esboçava o conceito de funcionalidade. O hall de entrada do edifício é todo revestido de granito. Na época, o teto dos escritórios do 2º, 3º, 4º e 5º andares foi confeccionado com fibra prensada para obstrução do som. As paredes do 7º andar até hoje são revestidas de placas de sucupira do Pará. O Auditório Oscar Guanabarino, no 9º andar, permanece como espaço para grandes festas e comemorações. A entrada da ABI, acontece numa esquina movimentada e tem um caráter de praça. Pelos fundos, dá passagem para a Rua Pedro Lessa e, no terraço, havia um jardim concebido como ponto de lazer.


O prédio se destaca por ter sido utilizada nele pela primeira vez a solução apresentada pelo legendário Le Corbusier para o problema do excesso de luz — o brise-soleil, quebra-sol através de persianas de concreto na fachada — e outras características que marcam a evolução da arquitetura moderna, como estrutura independente, teto-jardim, fachada livre e plano livre.

Ministério da Educação e Cultura (MEC)

Localização: Rua da Imprensa, 16 - Centro, Rio de Janeiro - RJ.


Data do projeto e/ou construção: Construção entre 1936 - 1945.


Autor: Arquitetos Lúcio Costa, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reydi, Carlos Leão, Ernani Vasconcelos e Oscar Niemeyer.


Tipologia Arquitetônica (T.A.): Arquitetura Moderna.


Relevância: Construído no governo de Getúlio Vargas, sua concepção contou com a colaboração direta de Le Corbusier. A saga de sua criação e construção estão bem documentadas, desde o polêmico concurso até a criação da equipe de projeto e sua tumultuada existência. Nele aparecem com uma exuberância jamais vista os princípios de Le Corbusier: a implantação dos blocos no centro do terreno e a elevação sob pilotis, liberando o nível térreo para uma grande praça; a utilização de brises-soleil, desta vez, diferentemente do edifício da ABI, brises horizontais e móveis, que não enclausuram o edifício; a estrutura independente etc. Aparece também pela primeira vez na arquitetura do Movimento Moderno a decoração de paredes, tradicional de nossa arquitetura colonial, nos belos painéis de Portinari. Um marco da arquitetura brasileira e mundial.


Seu bloco principal está suspenso sobre pilotis, possui a estrutura portante livre das paredes e divisórias internas, e está vedado por cortinas de vidro. O edifício possui 16 andares sobre o térreo (em pilotis), o qual possui um pé-direito monumental de mais de nove metros de altura. O terreno (que ocupa um quarteirão inteiro no centro do Rio de Janeiro) torna-se uma praça pública, porque o pavimento térreo do edifício é permeável, ou seja, permite a passagem desimpedida de pedestres. Do bloco principal projeta-se a ala do auditório, no nível térreo e uma marquise na posição oposta, sobre a qual foi projetado o terraço-jardim do edifício por Roberto Burle Marx.

Edifício Santos Dumont

Localização: R. Santa Luzia, 651 - Centro, Rio de Janeiro - RJ.


Data do projeto e/ou construção: 1971 - 1975.


Autor: Max Gruzman Arquitetura


Tipologia Arquitetônica (T.A.): Arquitetura Moderna.


Relevância: O Edifício Santos Dumont se destaca na paisagem Urbana do Rio de Janeiro devido sua elegância e beleza. A torre, nobilita o espaço ao redor. Como um obelisco, é monumento e marco. O edifícil foi um verdadeiro desafio tecnológico, desenvolvido a partir do seu núcleo central foram utilizados os métodos de construção mais avançados da época.


Logo após a concretagem do piso do sub-solo e, após dez meses e 53 mil homens/hora de trabalho nas fundações, o edifício surgiu acima da superfície. Foram concretados três pavimentos utilizando formas convencionais, o núcleo central foi construído através do sistema de formas deslizantes, provocando grande surpresa nos que das ruas acompanhavam o crescimento vertical diário do edifício. Foram construídos 43 pavimentos em 58 dias.


Foram utilizandos 620 mil lajotas. O Edifício tinha, o formato exterior de uma imensa árvore de concreto. Com a colocação de esquadrias de alumínio e dos vidros a aparência externa do edifício começava a mudar. Nas 4.400 janelas da fachada foram aplicados 8 mil m² de vidros cristal bronze, importados do Japão. Foram utilizados na fachada 11.000 m² de alumínio anodizado na cor natural, correspondentes a 96 toneladas de alumínio. A fachada foi finalizada com o envernizamento do concreto, utilizando-se vernizes impermeabilizantes.


Em novembro de 1975, a Servenco entregou ao Clube de Aeronáutica o edifício mais alto do Estado, havia erguido um monumento à técnica e a perseverança. O edifício se tornou o ponto referencial do Centro da cidade do Rio de Janeiro. Do pavimento de cobertura pode ser vislumbrada toda a beleza da cidade do Rio de Janeiro – a baía de Guanabara, o maciço da Serra da Carioca, a região serrana fluminense, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, a Ponte Rio-Niterói, o estádio do Maracanã, Niterói, parte da Zona Norte e subúrbios, o Aterro do Flamengo e todo o Centro da cidade.


Aeroporto Santos Dumont

Localização: Praça Ver. Miguel Angelo, s/n - Centro, Rio de Janeiro - RJ.

Data do projeto e/ou construção: 1934 - 1936

Estação Central de Passageiros 1938 - 1945.

Autor: Os irmãos arquitetos Marcelo e Milton Roberto.

Tipologia Arquitetônica (T.A.): Arquitetura Moderna.

Relevância: Um dos poucos aeroportos do mundo instalados no coração de uma cidade, o Santos Dumont foi idealizado pelo urbanista francês Alfred Agache, no início dos anos 30. O Rio era capital federal e não dispunha de um aeroporto condizente com suas necessidades.


As obras começaram em 1934 e incluíram a ampliação do aterro em mais 370 mil metros quadrados. A inauguração oficial do primeiro aeroporto civil do país aconteceu em 30 de novembro de 1936, já com o nome de Aeroporto Santos Dumont.


A Estação de Hidroaviões foi aberta no ano seguinte. Ainda em 1937, o governo lançou um concurso para escolher o projeto da Estação Central de Passageiros. Os irmãos Marcelo e Milton Roberto foram vencedores. A obra começou em 1938 e ficou parada durante a Segunda Guerra Mundial - só ficaria pronta em 1945.

O edifício apresenta-se como uma barra horizontal configurada a partir de uma retícula ortogonal de pilares de seção circular que se evidenciam em ambas as fachadas maiores: a que configura a superfície voltada à cidade, e a que se volta à pista e à baía da Guanabara.


O acesso principal ao edifício faz-se através de uma abertura descentralizada de seis intercolúnios na fachada voltada à cidade. O projeto final do aeroporto Santos Dumont introduz um dado que não comparecera nos projetos anteriores. A identificação com a arquitetura moderna corbusiana associada ao substrato compositivo acadêmico continuam presentes, mas agora são acompanhados pelo intento de assinalar o caráter local dessa arquitetura moderna em terras brasileiras.


REFERÊNCIAS


Luiz E., Arquitetura Moderna. Disponível em: <http://arquitetofala.blogspot.com.br/2011/12/arquitetura-moderna.html>. Acesso em: 10/11/2015. Modernismo Brasileiro. Disponível em: <https://arquitracobrasil.wordpress.com/modernismo-brasileiro/>. Acesso em: 10/11/2015.


O Movimento Moderno. Disponível em: <https://arquiteturadobrasil.wordpress.com/7-o-movimento-moderno-3/>. Acessado em: 10/11/2015.


Acervo O Globo. Diponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/rio-de-historias/aeroporto-santos-dumont-inaugurado-na-ponta-do-calabouco-em-1936-8891113>. Acessado em: 20/10/2015.


Igor Fracalossi. "Clássicos da Arquitetura: Aeroporto Santos Dumont / Marcelo e Milton Roberto" 29 Set 2013. ArchDaily Brasil. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-144652/classicos-da-arquitetura-aeroporto-santos-dumont-slash-marcelo-e-milton-roberto>. Acesso em: 20/10/2015.


Cláudio Calovi Pereira, O Pórtico Clássico Como Terminal Aéreo: Os Projetos Dos Irmãos Roberto Para o Aeroporto Santos Dumont. Disponível em:<http://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/PDFs_revista_3-4/13_Cl%C3%A1udio%20Calovi%20Pereira.pdf>. Acesso em: 20/10/2015.


Diogo Felix, História do Edifício Santos Dumont. Disponível em: <http://www.edificiosantosdumont.com.br/historia.html>. Acessado em: 20/10/2015.


EMPORIS GMBH, Edificio Santos Dumont. Disponível em: <http://www.emporis.com/buildings/153765/edificio-santos-dumont-rio-de-janeiro-brazil>. Acessado em: 20/10/2015.

Felipe Lucena, História do Edifício A Noite. Disponível em: <http://diariodorio.com/histria-do-edifcio-a-noite/>. Acessado em: 20/10/2015.

ABI - Associação Brasileira de Imprensa, O prédio da ABI. Disponível em: <http://www.abi.org.br/institucional/o-predio-da-abi/>. Acessado em: 15/11/2015.

COSTA, Lucio. Edificio do Ministério da Educação e Saude. AU-Arquitetura e Urbanismo. Rio de Janeiro. jul./ago. 1939: p. 543-551.
Bastos, Isabela. Marco modernista modernizado. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/marco-modernista-modernizado-4025803> Globo Online. Visitado em: 15/11/2015.
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